quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Quatro luas


QUATRO LUAS - GUARDE O BEIJO OU CABEÇA

Os caboclos estavam reunidos à sessão extraordinária. O Cacique havia despedido a faxineira que apressou-se em arrumar novos freelas. A faxineira, sentindo-se traída, procurou, justamente, pessoas que atuavam na mesma profissão, ou com cargos, e atividades, semelhantes as do interesse do Cacique. Maya era testemunha dos ocorridos. 

'Pense o que custa do meu filho e pergunte-se se fosse o teu' - Disse Maya - 'Tudo isto está de fora e foi reivindicado'. . 

As mães dos terreiros que o Cacique ajuda à distância estavam ligadas ao que seria a sessão para a realização das massagens diurnas. 

'O que está em jogo?' - Perguntou o Cacique. 

'Sua profissão, seu desejo como mestre e suas lutas marciais' - Respondeu o Caboclo, ao lançar as flechas.

'Subtraia dos teus o que encontra fora dos nossos' - Disse o Cacique, através dos fumaças do fumo, à faxineira que aprontava o café à visita. 

A faxineira havia sido proibida, quanto a prestar serviços, por quatro luas. Mas não aguentou nem os dias seguintes. Estava rifando a própria sorte após cuspir no prato. Era nada forte em dominar os impulsos.

Expulsa por Yemanjá, há bastante tempo, foi punida como cão, onde quer que andasse, desde então, por descumprir a exigência. O filho da faxineira tornou-se o cu dos terreiros. Teve a cabeça pedida que agora fala descolada do pescoço.

'Os inocentes sempre pagam pela displicência das mães' - Completou o Cacique - 'Mas ainda têm justiça, quando não revidam, até entenderem isto'.

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