AOS CAMINHOS DO MESTRE
O Mestre estava no deserto espiritual. Em meio à multidão, sentia-se só. Como se suas esperanças na humanidade, sofressem o aliciamento social ao inferno da cobiça, da ganância e da luxúria humana.
Ao dobrar a esquina, dirigiu-se até a praça mais próxima. Deitou-se na grama, sob a sombra de uma árvore, e meditou por algumas horas.
Ao ver as pessoas ao longe, notou que cada um trazia um estado de humor, postura, olhar, ritmo e velocidade ao caminhar.
Durante a reflexão, vieram, até a árvore, três homens. Um funcionário público, um morador de rua e um adolescente pré-vestibulando.
O primeiro pediu-lhe fogo. O Mestre respondeu que nada fumava. O homem relatou que estava no intervalo do trabalho. Citando o ofício como um inferno. Ao mesmo tempo em que lhe fornecia o sossego do salário fixo.
Nisto, aproximou-se o morador de rua, catador de latinhas, oferecendo os fósforos ao trabalhador que havia acabado de enrolar um baseado. "A gente está aqui para se ajudar" - Disse o catador.
Ao tacar fogo na marijuana, o funcionário público ofereceu uns pegas ao mendigo, que segurava o baseado, com os dedos sujos, enquanto lambia a seda, para completar a goma.
Ao mesmo tempo, um jovem adolescente, que cruzava a praça, carregando a mochila da aula nas costas, perguntou: "Tem uns pegas aí?"
Em meio a conversa dos três maconheiros, o Mestre observava tudo há uns quatro, ou cinco, metros.
O jovem, bem de vida, filho de um juiz e uma médica, reclamava que seus pais eram caretas. Saia às ruas para 'fumar um' com os colegas, evitando críticas, e brigas, em casa.
O funcionário público deixou o jovem, e o mendigo, com o baseado, e foi ao serviço. O mendigo olhava o jovem dos pés à cabeça. Enquanto perguntava se o garoto poderia ajudar-lhe com dois reais para a cachaça.
O jovem convidou o mendigo para beber e a surpresa aconteceu. O mendigo disse que teria que trabalhar até as dezoito e agradeceu. Porém, avisou: "Estou sempre aqui estas horas". O jovem, parcialmente chapado, continuou a procurar por maconha.
Seis meses depois, o Mestre encontrou o funcionário público na mesma árvore, fumando um. Perguntou como estava o trabalho. O funcionário disse que havia sido promovido. Ao perguntar sobre o jovem e o mendigo, o trabalhador apontou ao longe e disse: "Lá estão eles".
Haviam se tornado amigos. O mendigo estava lendo um livro de literatura indicada ao vestibular. Enquanto, o jovem catava latas para trocar por droga.
Haviam cruzado o caminho, um do outro, e nem sabiam. O trabalhador, que despachou-os na árvore com uma bagana, promovido, sonhava com o carro novo.
O mendigo, havia 'contratado' um funcionário. O adolescente, um cão. Formavam uma dupla de reclames (e consolos) sobre a própria existência.
O Mestre pôs-se em pé, e disse: "Bom, tenho que ir. Te deixo com teu baseado e vou em busca dos desafios que me cabem".
Naquele momento, o Mestre cruzava o caminho do funcionário, que fora despachado com o próprio baseado. Nunca mais se viram.
Dizem que o Mestre tornou-se funcionário público; Enquanto, o funcionário continuou debaixo da árvore.
Contos de Paz
Literatura Ficcional
O Mestre estava no deserto espiritual. Em meio à multidão, sentia-se só. Como se suas esperanças na humanidade, sofressem o aliciamento social ao inferno da cobiça, da ganância e da luxúria humana.
Ao dobrar a esquina, dirigiu-se até a praça mais próxima. Deitou-se na grama, sob a sombra de uma árvore, e meditou por algumas horas.
Ao ver as pessoas ao longe, notou que cada um trazia um estado de humor, postura, olhar, ritmo e velocidade ao caminhar.
Durante a reflexão, vieram, até a árvore, três homens. Um funcionário público, um morador de rua e um adolescente pré-vestibulando.
O primeiro pediu-lhe fogo. O Mestre respondeu que nada fumava. O homem relatou que estava no intervalo do trabalho. Citando o ofício como um inferno. Ao mesmo tempo em que lhe fornecia o sossego do salário fixo.
Nisto, aproximou-se o morador de rua, catador de latinhas, oferecendo os fósforos ao trabalhador que havia acabado de enrolar um baseado. "A gente está aqui para se ajudar" - Disse o catador.
Ao tacar fogo na marijuana, o funcionário público ofereceu uns pegas ao mendigo, que segurava o baseado, com os dedos sujos, enquanto lambia a seda, para completar a goma.
Ao mesmo tempo, um jovem adolescente, que cruzava a praça, carregando a mochila da aula nas costas, perguntou: "Tem uns pegas aí?"
Em meio a conversa dos três maconheiros, o Mestre observava tudo há uns quatro, ou cinco, metros.
O jovem, bem de vida, filho de um juiz e uma médica, reclamava que seus pais eram caretas. Saia às ruas para 'fumar um' com os colegas, evitando críticas, e brigas, em casa.
O funcionário público deixou o jovem, e o mendigo, com o baseado, e foi ao serviço. O mendigo olhava o jovem dos pés à cabeça. Enquanto perguntava se o garoto poderia ajudar-lhe com dois reais para a cachaça.
O jovem convidou o mendigo para beber e a surpresa aconteceu. O mendigo disse que teria que trabalhar até as dezoito e agradeceu. Porém, avisou: "Estou sempre aqui estas horas". O jovem, parcialmente chapado, continuou a procurar por maconha.
Seis meses depois, o Mestre encontrou o funcionário público na mesma árvore, fumando um. Perguntou como estava o trabalho. O funcionário disse que havia sido promovido. Ao perguntar sobre o jovem e o mendigo, o trabalhador apontou ao longe e disse: "Lá estão eles".
Haviam se tornado amigos. O mendigo estava lendo um livro de literatura indicada ao vestibular. Enquanto, o jovem catava latas para trocar por droga.
Haviam cruzado o caminho, um do outro, e nem sabiam. O trabalhador, que despachou-os na árvore com uma bagana, promovido, sonhava com o carro novo.
O mendigo, havia 'contratado' um funcionário. O adolescente, um cão. Formavam uma dupla de reclames (e consolos) sobre a própria existência.
O Mestre pôs-se em pé, e disse: "Bom, tenho que ir. Te deixo com teu baseado e vou em busca dos desafios que me cabem".
Naquele momento, o Mestre cruzava o caminho do funcionário, que fora despachado com o próprio baseado. Nunca mais se viram.
Dizem que o Mestre tornou-se funcionário público; Enquanto, o funcionário continuou debaixo da árvore.
Contos de Paz
Literatura Ficcional
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