segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Do Ilê do Babá .'.


DO ILÊ DO BABÁ

Suzy, sentia o contrário da alegria, em vários momentos do dia. veio ao Ilê, conversar com o Babá.

Em meio à consulta o Babá disse: Você deveria priorizar as pessoas certas, em vez de responder apenas a quem te procura. Vejo, seu sentimento, oriundo da conexões do prazer momentâneo. No restante do tempo, (tempo majoritário), sentes tal sentimento, pois vem aceitando as ligações de quem te procura por conveniência.

Ao fim da consulta, o Preto Velho, baixando no terreiro disse: 'Vossuncê sabe que te ligou alguém que se masturba pensando no ânus. Geralmente, puxa tua alegria, no tempo restante, sempre que aceitas a ligação. Puxa a descarga, meia hora antes de te ligar, para que nada veja. Tua ancestral direta de terceiro grau, pede que se afaste de quem te persegue em ligações '.

Suzy lembrou das ligações diurnas, via telefone. E das ligações telepáticas, no meio da madrugada. Seu método, antes, era ligar, apenas, quem a ligasse. Ser ligada, em vez de fazer a escolha, temporariamente, definitiva, era rifar-se. O estado de espírito se alterava, entre cada ligação.

Sabendo que é isto mesmo, resolveu colocar o telefone no silencioso e avaliar a quem procurar, em vez de aceitar as ligações dos quais a procuram. Tornou-se seletiva, e exigente, em vez de passiva, na escolha. Rendeu-se a ligar, em vez de, apenas, esperar e atender.

Suzy aprendeu a masturbar-se pensando em Ninguém. Preferindo a interação física. Evitando quem a perseguia. Esvaziando o pensamento e buscando o convívio real na presença do que lhe faz sorrir. Os 'fantasmas' sumiram à medida que estreitou as relações à interação singular.

O 'Ninguém' (mediante interação real) era a chave. Bastaria dizer-se 'enrolada', quando recebesse ligações. Isto a valorizaria mais. Firmando a parceria singular, jamais sentiria-se sozinha.

*Contos de Paz
*Literatura ficcional

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